terça-feira, 21 de dezembro de 2010

PEDro, a base de dados de evidência em fisioterapia



A prática clínica baseada em evidências é considerada um dos principais elementos da prática fisioterapêutica. O uso consistente de recomendações terapêuticas fundamentadas em evidências pode proporcionar melhores resultados, assim como reduzir custos para o sistema de saúde em geral. Revisões sistemáticas e estudos controlados aleatorizados (ECA) são considerados as melhores fontes de evidência para verificar se uma determinada intervenção é eficaz ou não. Portanto, fisioterapeutas precisam ter acesso livre e fácil a esses tipos de estudo. O grande problema é que o número de ECA e revisões sistemáticas em Fisioterapia vem crescendo rapidamente, cerca de 100% a cada três anos e meio: um fisioterapeuta formado em 2010 tem acesso a três vezes mais artigos relacionados à eficácia de intervenções em fisioterapia durante sua formação do que um colega que se formou em 2003. Diante de tão avolumada produção, como, então, se atualizar? Além disso, como distinguir estudos com alta qualidade metodológica de outros com menor qualidade?

A Base de Dados de Evidência em Fisioterapia PEDro (Physiotherapy Evidence Database) foi criada há 10 anos por pesquisadores da Escola de Fisioterapia da Universidade de Sydney, Austrália. PEDro é a mais completa base de estudos que versam exclusivamente sobre o arsenal terapêutico da fisioterapia. Indexa três tipos de estudo: diretrizes para a prática clínica, revisões sistemáticas e ECA. E todos os ECA são avaliados por três revisores independentes, que os classificam segundo a qualidade metodológica.

A PEDro pode ser acessada gratuitamente pelo site www.pedro.org.au/portuguese , onde o fisioterapeuta encontra instruções sobre como fazer buscas, interpretar os escores da escala de qualidade PEDro, assim como links para ferramentas e informações úteis para aqueles interessados em prática baseada em evidência. Ao realizar uma busca na PEDro, o leitor terá acesso ao resumo do artigo, seu escore de qualidade metodológica na escala PEDro e link para encontrar o artigo na íntegra.

No momento a PEDro está em um processo de desmembramento de atividades: a coordenação dos artigos publicados em língua portuguesa e espanhola encontra-se sob a responsabilidade do Centro Brasileiro de Prática Baseada em Evidência em Fisioterapia (sediado na Universidade Cidade de São Paulo), que se propõe a gerenciar a PEDro no Brasil, além de promover pesquisas na área de prática baseada em evidência, ações de melhoria de qualidade em pesquisas em Fisioterapia e estimular fisioterapeutas a utilizar cada vez mais dados científicos de alta qualidade em beneficio de seus pacientes. Espera-se que oportunidades de colaboração entre a PEDro e outras entidades, como a revista Fisioterapia & Pesquisa, melhore ainda mais a qualidade e eficiência de atendimentos de fisioterapia no Brasil.

Leonardo Oliveira Pena Costa

Prof. Dr. do Programa de Mestrado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo

Fonte: Fisioterapia e Pesquisa

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Google desenvolve aplicativo

Ferramenta explora possibilidades de nova tecnologia que permite visualização 3D em navegadores de internet.

O Google, maior site de buscas do mundo, desenvolveu um novo aplicativo que permite explorar o corpo humano em detalhe, o "Google Body Browser".

A ferramenta ainda está em fase de testes e funciona somente em navegadores que possuem webGL, uma tecnologia que permite visualização 3D em páginas da internet sem a necessidade de nenhum aplicativo adicional, como as novas versões do Mozilla Firefox e do Google Chrome.

O Google Body Browser funciona de maneira parecida com o Google Earth, e permite navegar pelos diversos sistemas do corpo humano, ampliar e identificar órgãos, músculos, ossos e tecidos.

O produto foi criado inicialmente para explorar as possibilidades da nova tecnologia, e ainda não se sabe quando será lançado. O webGL deverá ser um recurso padrão em navegadores a partir de 2011.


Fonte: G1

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Cuba lança sua própria enciclopédia colaborativa



Cuba lanzará esta semana su propia enciclopedia colaborativa, EcuRed, que integra hoy unos 19 mil 200 artículos con los propósitos de crear y socializar contenidos académicos.

Los Joven Club de Computación y Electrónica, que cuentan con unos 600 locales en todo el país para la enseñanza de las nuevas tecnologías, realizarán mañana la presentación oficial del portal en la direcciónwww.ecured.cu .

De acuerdo con el anuncio, las personas interesadas en realizar su aporte pueden acceder a la página web de la enciclopedia para crear el artículo sobre el tema que desee, o modificar otros mejorables o considerados huérfanos por la falta de fuentes confiables.

Historia de personalidades y de localidades cubanas, así como sitios geográficos del país caribeño se encuentran entre las categorías con más páginas en EcuRed, que también incluye temas de divulgación científica apoyados en revistas cubanas arbitradas.

La biblioteca virtual de la red se autodefine como solidaria y cubana, que busca su proyección y participación universal con un enfoque descolonizador y sin fines de lucro.

Igualmente pone a disposición de sus colaboradores y moderadores documentos académicos digitales organizados en tres repositorios de acceso abierto: artículos científicos, libros académicos y bibliografías especializadas.

Hasta el momento entre los libros solo se encuentra una selección de las publicaciones de la Editorial Universitaria cubana, pero se espera que la iniciativa logre que otras editoriales comiencen a socializar sus contenidos en formato digital.

La web da opciones para denunciar hechos vandálicos en los artículos publicados y advierte la responsabilidad de los usuarios en la publicación de contenidos nuevos o la modificación de los existentes.

Igualmente da cuenta que los escritos no serán firmados al reconocerse como propiedad de la comunidad, y al mismo tiempo no se hace responsable de las violaciones al derecho de autor cometidos por cualquier participante.

Tampoco se admitirán contenidos considerados discriminatorios, obscenos, irrespetuosos, agresivos, propagandísticos o publicitarios, ni tendenciosos, difamatorios o pornográficos.

Fonte: Prensa Latina

Osservatore Romano: jornal do Vaticano digitaliza suas mais de sete milhões de fotografias



El diario del Vaticano, el Osservatore Romano, ha presentado el proyecto de restauración del Patrimonio histórico cultural del Archivo fotográfico del Osservatore Romano que conserva más de siete millones de negativos que deberán ser restaurados y digitalizados para construir un archivo más moderno.

Concretamente, este archivo conserva las imágenes de la actividad del Pontífice y del Vaticano desde los años 30 del siglo XX hasta la actualidad. Entre las fotografías que recoge se encuentran la instantánea de Juan Pablo II con el terrorista que atentó contra él, Ali Agca, o las pocas imágenes que se han conservado de su antecesor, Juan Pablo I.

La presentación del proyecto de restauración ha sido presidida por el periodista Marco Tossati y el director

Fonte: PortalTIC
Dica da Zaira Zafalon

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Mais visibilidade mundial


Pesquisadores apontam posição de destaque na produção científica brasileira em algumas áreas da medicina, mas destacam que, no geral, país precisa investir e produzir muito mais (Wikimedia)

Por Washington Castilhos, do Rio de Janeiro

Agência FAPESP – O Brasil ocupa a 14ª posição entre os países de maior produtividade científica, segundo os dados mais recentes do ranking SCImago, índice que leva em conta o número de publicações (o país registrou 34.145 em 2008), documentos citáveis (32.829) e citações (38.237).

Na lista, o Brasil figura atrás de países desenvolvidos, como Estados Unidos (1º), Inglaterra (3º), a Alemanha (4º) e Japão (5º) e também de economias em desenvolvimento, como a China (2º lugar) e a Índia (10º). Está uma posição à frente da Rússia (15º), outro dos quatro países que formam os Brics.

“Entre os Brics, a China foi a única que mostrou um crescimento explosivo em termos de produção científica, registrando mais de 230 mil publicações em 2008”, disse Manoel Barral-Netto, professor da Universidade Federal da Bahia, na semana passada durante a conferência “Avanços e Perspectivas da Ciência no Brasil, América Latina e Caribe”, realizada pela Academia Brasileira de Ciências (ABC), no Rio de Janeiro.

A mesa que tratou da área de Ciências Biomédicas reuniu, além de Barral-Neto, Jorge Kalil (professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretor do Laboratorio de Imunologia do Instituto do Coração) e Sergio Costa Oliveira (professor da Universidade Federal de Minas Gerais), que traçaram um panorama da produção científica brasileira atual, especialmente em medicina.

Diferentemente da produção científica total, em algumas áreas de medicina o Brasil se destaca no ranking SCImago. Na categoria Doenças Infecciosas, por exemplo, ocupa o 4º lugar (com 328 documentos), atrás apenas dos Estados Unidos (com 1.583), Reino Unido e França. Em Anatomia, está em 9º e em Cirurgia, em 8º

No campo da Imunologia e Alergia, no entanto, o Brasil está na 13ª posição. Segundo os especialistas da área reunidos na ABC, a razão para esse quadro é a falta de investimentos.

“O Brasil investe pouco e tem ainda um longo caminho em relação a pessoal para fazer ciência, especialmente em áreas como a imunologia”, disse Kalil.

No país, as áreas que contam com um maior número de artigos científicos publicados, de acordo com a Thomson Reuters, são: Medicina Clínica (35.214 artigos), Química (19.929), Física (19.243) e Biologia e Bioquímica (11.173). Os artigos brasileiros são mais representativos em Agronomia e Veterinária (3,07% do total mundial), Física (2,04%), Astronomia e Ciência Espacial (1,89%), Microbiologia (1,89%) e Ciências de Plantas e Animais (1,87%).

Em relação ao número de pesquisadores por habitantes, o índice, apesar de maior que em passado recente, ainda pode ser considerado baixo se comparado a outros países. Segundo o Relatório Unesco sobre Ciência 2010, feito pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, cujos dados foram destacados na conferência da ABC, o Brasil tem cerca de 650 pesquisadores por milhão de habitantes. O Japão, para efeito de comparação, tem mais de 5,5 mil por milhão.

“Apesar de o Brasil ter conseguido aumentar o número de novos doutores formados para 12 mil ao ano, o país ainda enfrenta uma situação de carência. No passado esse número era ainda menor, mas não podemos nos dar por satisfeitos”, disse Barral-Netto à Agência FAPESP.

Segundo ele, o país precisa melhorar a visibilidade internacional de sua ciência. “Em algumas áreas, tais como as biomédicas e as doenças infecciosas, nossa produção está entre as mais altas do mundo, mas o investimento em tecnologia e no número de pesquisadores é muito baixo se comparado ao dos países desenvolvidos. Esse investimento tem que crescer se quisermos alcançar um papel de destaque na ciência e tecnologia mundial”, disse o também pesquisador do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz (Fiocruz).

De acordo com dados apresentados por Barral-Netto, o Brasil enfrenta ainda outro grande desafio no nível da graduação: em 2008, apenas 16% dos jovens entre 18 e 24 anos estavam matriculados no ensino superior. “Tal número precisará triplicar se o Brasil quiser alcançar um nível competitivo internacionalmente”, disse.

Na América Latina, de acordo com os ranking de produção científica mencionados na conferência, o Brasil sozinho produz mais que a soma de todos os outros países latino-americanos juntos. No cenário nacional, a maior parte da produção está no Estado de São Paulo.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Google lança livraria virtual com 3 milhões de títulos


O Google lançou nesta segunda-feira sua aguardada livraria virtual. A Google eBookstore tem no acervo mais de três milhões de títulos digitais, parte dos quais à venda, parte oferecida gratuitamente. “Acreditamos que será a maior loja de livros digitais do mundo”, afirmou Jeannie Hornung, porta-voz do gigante de internet. As obras gratuitas estão abertas a todos, mas a operação paga, por enquanto, é restrita aos Estados Unidos.
Os livros podem ser acessados de quase qualquer aparelho com conexão de internet, desktop ou laptop, e funciona nos leitores de livros eletrônicos Nook, da Barnes & Noble, e Reader, da Sony. O líder Kindle, da rival Amazon, ficou de fora.
Por meio de um aplicativo específico, os títulos da Google eBookstore também podem ser lidos nos aparelhos da linha Apple – iPhone, iPad e iPod touch – e dispositivos com o sistema operacional do Google, o Android, como o smartphone Motorola Milestone ou o tablet Galaxy Tab, da Samsung.
O serviço do Google permite ao leitor conhecer uma série de dados sobre o livro, conhecer sua avaliação e ler os comentários, fazer buscas por palavras, alterar o tamanho da letra e escolher entre cinco fontes e várias opções de formatação. Também guarda o ponto em que a leitura foi interrompida, para que seja retomada tão logo o usuário retorne. A grande maioria dos títulos está em inglês, mas é possível encontrar obras em português de domínio público, como Os Lusíadas, de Luís de Camões.
Usuários do Google podem montar uma biblioteca particular na seção “Meus eBooks” da loja. Três livros gratuitos e em inglês já estão inclusos: Orgulho e Preconceito, de Jane Austen; Frankenstein, de Mary Shelley, e Histórias Maravilhosas, de Hans Christian Andersen. Para acrescentar mais livros gratuitos, basta procurar uma obra de interesse e e clicar em “Obter agora”.
Fonte: Veja

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Marcadores de livros em versão inteligente


Nós que gostamos de ler livros sofremos com um problema antigo, descobrir em qual parágrafo paramos da última vez. Os marcadores de livros nos ajudam a resolver apenas parte do problema, mas a história sempre se repete (literalmente), temos que ler praticamente a página toda, ou pelo menos parte dela, até lembrarmos onde paramos. Mas este problema agora é coisa do passado graças aos Fingerprints.
Trata-se de uma idéia fantástica para resolver este problema de uma vez por todas. Já parou pra pensar quanto tempo de leitura economizaríamos com um destes? Chega de estragar livros fazendo orelhas e o Fingerprint é uma forma inteligente de resolver isso. Além de indicar a página, com ele você saberá exatamente onde parou de ler. Ele é feito de silicone super flexível para envolver o livro como um elástico, dessa forma vc não correrá o risco também de perdê-lo. É só colocar ele no livro levando o dedo na palavra ou parágrafo exato que terminou e na próxima leitura tudo ficará mais fácil. Sua elasticidade permite que ele seja compatível com praticamente qualquer tamanho de livro. Os Fingerprints podem ser comprados nas cores laranja, azul e verde por US$ 9.95 (aprox. R$ 17) cada marcador na loja americana BrightandBold. Genial!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Arquivos compartilhados



Site reúne coleções em formato digital de várias instituições e disponibiliza documentos impressos 

Renato Venâncio 

Nos últimos anos multiplicaram-se os projetos de compartilhamento de arquivos, dando origem a impressionantes bibliotecas digitais. Um desses casos é o HathiTrust, que reúne coleções em formato digital de várias instituições.

No site, há várias formas de busca. Uma dica é utilizar o “Full-text Search”, marcando, logo abaixo de “Find”, a opção “Full view only” - escolhendo essas opções apenas os textos integrais são disponibilizados.

Seriam necessárias dezenas de páginas para explorar a potencialidade deste acervo. Por isso mesmo resolvi selecionar um exemplo. Trata-se da transcrição de documentos no Boletim do Arquivo Municipal de Curitiba, editado entre 1908 e 1932. Quem freqüenta bibliotecas brasileiras conhece a dificuldade em se encontrar publicações antigas de instituições arquivísticas. Por isso mesmo deve ser saudada a iniciativa da HathiTrust, que disponibiliza mais de 50 volumes do referido periódico.

O conteúdo do boletim paranaense é um manancial para estudos de história regional. Em suas páginas são reproduzidos milhares de documentos, registrando o dia-a-dia da câmara municipal curitibana, de 1693, época de sua fundação, até meados do século XIX.

Basta abrir um volume qualquer e consultar o índice para se perceber a importância da publicação. A estrutura funcional da câmara, por exemplo, é retratada em detalhes, sendo possível conhecer as atribuições locais dos cargos, como no caso dos “juízes ordinários”. Os termos de vereança (consolidando as decisões tomadas nas reuniões dos vereadores) também são reproduzidos.

Em vários volumes do boletim, a estrutura comercial de Curitiba colonial é registrada nas “licenças, alvarás e fianças”.No que diz respeito à história política nacional, cabe destacar a percepção local da Independência do Brasil.

Por outro lado, a elevação de Curitiba à capital provincial é sistematicamente capturada pela documentação: somente em 1853, Paraná se torna “independente” de São Paulo.

Conforme mencionamos, esse acervo digital permite o aprofundamento da história regional. Aliás, cabe sublinhar que a história urbana de Curitiba é bastante representativa, pois a maioria das vilas e cidades do Brasil colonial teve população e atividades econômicas do porte do núcleo paranaense. Além desses méritos, o boletim curitibano facilita o uso de documentos em sala de aula, permitindo, inclusive, o download de páginas.

Fonte: Revista de História da Biblioteca Nacional

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Acesso livre à biodiversidade


SciELO lança portal que disponibiliza obras, artigos e documentos históricos sobre a biodiversidade brasileira 


Por Alex Sander Alcântara

Agência FAPESP – O conhecimento produzido no Brasil sobre a sua biodiversidade ganhará mais visibilidade. O motivo é o Portal BHL ScieLO, que disponibiliza com acesso livre milhares de obras, artigos, mapas e documentos históricos sobre a biodiversidade brasileira.

Lançado oficialmente na quarta-feira (1º/12), o serviço é parte do projeto “Digitalização e publicação on-line de uma coleção de obras essenciais em biodiversidade das bibliotecas brasileiras”, conduzido pelo programa SciELO, biblioteca eletrônica virtual de revistas científicas mantida pela FAPESP em convênio com o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme).

O projeto conta com a participação do programa Biota-FAPESP, da Biblioteca Virtual do Centro de Documentação e Informação da FAPESP, do Ministério do Meio Ambiente, do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação de Apoio à Universidade Federal de São Paulo.

De acordo com Abel Packer, coordenador operacional do programa SciELO, a BHL SciELO possibilitará o fortalecimento da pesquisa científica em biodiversidade.

“O Brasil tem uma produção científica de destaque nessa área, mas que hoje assume também uma dimensão política e econômica internacional com todas as discussões sobre mudança climática e preservação de espécies”, disse à Agência FAPESP.

Segundo Packer, o novo portal já reúne volume suficiente de arquivos para atender às demandas de pesquisadores e demais interessados. “Contamos até o momento com cerca de 110 mil registros digitalizados: artigos, mapas e obras de referências históricas da biodiversidade brasileira”, explicou.

O portal integrará a rede global The Biodiversity Heritage Library (BHL), consórcio que reúne os maiores museus de história natural e bibliotecas de botânica no mundo, como a Academy of Natural Sciences e o American Museum of Natural History, nos Estados Unidos, e o Natural History Museum, na Inglaterra.

“A Austrália acabou de entrar e, agora, tanto a BHL Brasil como a BHL China farão parte dessa rede mundial que já conta com cerca de 130 mil obras e mais 32 milhões de páginas digitalizadas”, dise Packer.

No Brasil, a rede será composta por instituições como Biblioteca Nacional, Museu Nacional, Jardim Botânico do Rio Janeiro, Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Butantan, Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria), Bireme, Fundação Zoobotânica, Instituto de Botânica do Estado de São Paulo, Museu Paraense Emílio Goeldi e a USP.

“O objetivo é seguir o mesmo modelo da SciELO com a modalidade de acesso aberto com múltiplos sistemas de busca e indicadores bibliométricos, que tem propiciado maior visibilidade à produção científica dos países em desenvolvimento, principalmente os localizados na América Latina e Caribe. A ideia da BHL SciELO é que se estenda também para a América Latina”, contou Packer. O portal também traz notícias da Agência FAPESP e da revista Pesquisa FAPESP.

Produção brasileira

Ao levantar dados sobre a produção científica brasileira na área de zoologia, Rogério Meneghini, coordenador científico do Programa SciELO, disse ter ficado surpreso com a posição do Brasil na produção de artigos na área.

Com base no cruzamento de informações da Web of Science, base de dados da empresa Thomson Reuters, foram produzidos no mundo, entre 2007 e 2008, 23.903 artigos em zoologia. “O que mais chama a atenção é que o Brasil fica na quarta posição com 1.762 artigos, perdendo apenas para os Estados Unidos (7.649), Japão (2.233) e Inglaterra (1.762)”, disse.

Meneghini está concluindo a pesquisa “Projeto para avaliação do impacto de programas brasileiros de ciência e tecnologia”, que tem o apoio da FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular.

Outro destaque do estudo é que, entre as instituições globais de pesquisa na área de zoologia, a USP é a primeira da lista, seguida das academias de ciência da Rússia e da China e da Universidade de Kyoto, no Japão. “Existem áreas em que a produção brasileira está competindo em pé de igualdade. Um exemplo é a zoologia”, disse, destacando a Revista Brasileira de Zoologia.

Tiago Duque Estrada, gestor executivo do Biota-FAPESP na Universidade Estadual de Campinas, falou da experiência do Programa e novos desafios na nova fase do programa. Segundo ele, uma das frentes é disponibilizar dados sobre as pesquisas.

“A linha de base do Biota foi a publicação de sete volumes temáticos e da revista Biota Neotropica, do Atlas e também do Sistema de Informação Ambiental (SinBiota), que tiveram a função de mapear e divulgar o que já está disponível para a sociedade, governos e demais pesquisadores”, disse.

Em pouco mais de dez anos, o Biota contabilizou cerca de 113 mil registros, sendo 12 mil de espécies. “Um dos desafios agora é entender como a biodiversidade produz elementos e componentes químicos que podem ser patenteados e associados à cadeia produtiva existente na sociedade, mas ainda precisamos reunir mais dados”, disse ao falar do Biota Prospecta.

Participaram também do lançamento do portal Sueli Mara Ferreira, diretora do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP, que falou dos desafios do acesso aberto na universidade, Dora Ann Lange Canhos, do Cria, que contou sobre a experiência da Lista de Espécies da Flora do Brasil, e Tiago Duque Estrada, gestor executivo do Biota-FAPESP na Universidade Estadual de Campinas, que falou das publicações do programa, da revista Biota Neotropica e do Sistema de Informação Ambiental (SinBiota).

BHL SciELO: http://biodiversidade.scielo.br   

A internet é uma bagunça, afirma Pierre Lévy


Lévy explica que o presente marcha rumo a um futuro paralelo (Foto: Davi Lira/Especial para o JC Online)

Davi Lira
Especial para o JC Online

"A biblioteca é uma bagunça. Essa é uma possível descrição para a situação da internet hoje", afirma Pierre Lévy, em sua primeira passagem pelo Recife, durante palestra de abertura do 3º Simpósio Hipertexto e Tecnologias da Educação, realizada na Concha Acústica da Universidade Federal de Pernambuco, nessa quinta (2).

O doutor em Sociologia, Ciências da Informação e Comunicação foi excessivamente didático durante a apresentação, repleta de termos técnicos e cheia de visões de um futuro não menos complexo. "Estamos nos dirigindo a uma autoreflexividade da inteligência humana coletiva", disse, citando a popularização da internet como um caminho para a construção de um novo espaço antropológico, o espaço do saber interconectado. Essa inteligência coletiva, segundo Lévy, não seria aplicada apenas na dimensão do conhecimento, atingiria também, e de maneira expressiva, as esferas política, social e econômica.

Ideia central durante grande parte de sua vasta obra de mais de uma dezena de livros traduzidos para o português, Lévy acredita que o presente marcha rumo a um futuro paralelo. "A mídia digital ainda não foi completamente alcançada", diz. Segundo o professor de Ottawa, depois do desenvolvimento em 1950 da noção de manipulador automático de símbolos - os computadores -, a ideia de conhecimento passou por uma revolução nos passos seguintes.

"Em 1980, a Internet surge em meio ao desenvolvimento de toda a computação e manipulação de símbolos, representada pelos hardwares, e mais especialmente pelos softwares", afirma. Depois, em um terceiro momento, Lévy aponta que surge em 1995, uma nova camada de endereçamento de página com a invenção do "www". "A partir daí, a noção de rede foi aclamada e ficou acima da internet".

O grande momento se vislumbra a partir de então. "Ainda haverá uma outra camada, complementar, trabalhando em paralelo à internet caótica que conhecemos hoje. Um sistema de sequenciamento de conceitos, e não de dados", situa o filósofo. "É na cultura do metadado, onde os conceitos serão localizados a partir da semântica da informação, não da url", explica Lévy.

Segundo ele, ainda falta à humanidade uma mente global. "Nós temos hoje materialmente, um cérebro global, precisamos agora de uma matemática, por exemplo, que seja capaz de descrever as operações da mente", diz, resumindo a noção de Inteligência Coletiva Computacional. "Este é um mundo de perguntas", provoca Lévy. "Sabemos que não sabemos; temos uma inteligência que é capaz de reconhecer a própria ignorância. Isso nos diferencia e muito dos demais animais". De acordo com ele, atualmente, são vários os exemplos de hipertextos opacos que divergem dessa noção de mente global. "O GPS é um exemplo emblemático; não dá significado aos dados que captura".

GERENCIAMENTO - Segundo Pierre Lévy, vai ser através do gerenciamento pessoal da informação, com definição de prioridades, seleção de fontes, organização do fluxo informacional, noção de filtragem, categorização e registro que o processo comunicacional vai se tornar mais eficiente, efetivo e propiciar um ciclo de conversação mais civilizado, dentro do atual contexto de caos informacional.

Quanto ao futuro, Lévy insiste na necessidade de associação entre o tempo sequencial e a memória. "Sem o mundo real material do cosmos, não há mente", diz, destacando o valor simbólico da memória como possibilidade metalinguística de futuro. "A nossa memória, por exemplo, não é organizada em um espaço quadrimensional. Suas ideias e lembranças são ligadas pela semântica, pelos sentidos, de acordo com a importância, mas tudo isso ocorre em outro universo, esse é o ponto", afirma o filósofo, logo após pedir para a plateia respirar fundo e lentamente, para melhor captar a essência dessa previsões tão novas, mas de uma lucidez invejável.


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Pierre Lévy discute futuro da mídia digital em palestra para educadores

A informação não se importa em ser caótica, defende professor da UFPE

"Conhecimento não fica solto; saber e poder andam juntos", afirma pesquisadora

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Entidade lança site colaborativo para promover cartoons e charges políticos

No próximo dia 15 de dezembro, será lançada uma plataforma digital colaborativa dedicada a cartunistas políticos e ao desenho voltado ao Jornalismo cômico.
Cartoon Movement é uma iniciativa da Video Journalism Movement, uma organização que promove o video-jornalismo e a liberdade de expressão. De acordo com o fundador do projeto, o desenhista Tjeerd Royaards, o futuro das charges e cartoons está na Internet.
"Esperamos promover um ambiente de colaboração, o aumento dos ganhos e de uso justo dos trabalhos dos cartunistas políticos. A plataforma estará atenta à descoberta do novo, de inovações no formato de arrecadação que garanta que o cartoon possa se sustentar na era digital", disse.

A arrecadação citada por Royaards virá do uso comercial dos cartoons e desenhos postados no site. No entanto, qualquer pessoa poderá utilizar o material desde que em iniciativas sem intenções comerciais. As informações são do Journalism.co.uk.

Fonte: Portal da Imprensa

Google facilita êxodo de dados pessoais de usuários


Se você quiser ir embora do Google, pode levar consigo tudo que é seu -mensagens de e-mail, posts em blogs, documentos.

A empresa mantém um site chamado Data Liberation Front (frente de libertação de dados, em tradução livre;http://www.dataliberation.org/) , em que ensina aos usuários como transferir para seu computador documentos do Google Docs e mensagens do Gmail, por exemplo.

"Usuários devem poder controlar os dados que armazenam em qualquer um dos produtos do Google. O objetivo da nossa equipe é tornar fácil transferir dados para dentro e para fora [do Google]", afirma a empresa no Data Liberation Front.

Além disso, o Google oferece aos usuários um panorama de todos os seus dados guardados nos serviços da empresa, o Painel de Controle (Dashboard, www.google.com/dashboard )
Um post no blog oficial do Google (googleblog.blogspot.com) afirma que o objetivo do Painel de Controle é prover aos usuários "maior transparência e controle sobre seus próprios dados".

Depois que você fizer login na sua conta do Google e acessar o Painel de Controle, verá listadas informações como sua quantidade de blogs no Blogger, contatos, mensagens no Gmail, compromissos no Google Agenda, arquivos no Google Docs, vídeos no YouTube, fotos nos álbuns do Picasa e seu histórico de buscas.

Para cada um dos itens, há links a partir dos quais se pode gerenciar esses dados. Um ícone ao lado de cada informação indica se ela é pública (três bonequinhos) ou privada (um bonequinho).

Também é possível ter acesso ao seu Painel de Controle pela página inicial do Google (http://www.google.com.br/ ). Clique em Configurações no canto superior direito da tela e, depois, em Configurações da Conta Google.

Na página que surge, clique em Ver dados armazenados desta conta. Você terá que digitar sua senha novamente. (RAFAEL CAPANEMA)

Fonte: Folha de S. Paulo