terça-feira, 21 de dezembro de 2010

PEDro, a base de dados de evidência em fisioterapia



A prática clínica baseada em evidências é considerada um dos principais elementos da prática fisioterapêutica. O uso consistente de recomendações terapêuticas fundamentadas em evidências pode proporcionar melhores resultados, assim como reduzir custos para o sistema de saúde em geral. Revisões sistemáticas e estudos controlados aleatorizados (ECA) são considerados as melhores fontes de evidência para verificar se uma determinada intervenção é eficaz ou não. Portanto, fisioterapeutas precisam ter acesso livre e fácil a esses tipos de estudo. O grande problema é que o número de ECA e revisões sistemáticas em Fisioterapia vem crescendo rapidamente, cerca de 100% a cada três anos e meio: um fisioterapeuta formado em 2010 tem acesso a três vezes mais artigos relacionados à eficácia de intervenções em fisioterapia durante sua formação do que um colega que se formou em 2003. Diante de tão avolumada produção, como, então, se atualizar? Além disso, como distinguir estudos com alta qualidade metodológica de outros com menor qualidade?

A Base de Dados de Evidência em Fisioterapia PEDro (Physiotherapy Evidence Database) foi criada há 10 anos por pesquisadores da Escola de Fisioterapia da Universidade de Sydney, Austrália. PEDro é a mais completa base de estudos que versam exclusivamente sobre o arsenal terapêutico da fisioterapia. Indexa três tipos de estudo: diretrizes para a prática clínica, revisões sistemáticas e ECA. E todos os ECA são avaliados por três revisores independentes, que os classificam segundo a qualidade metodológica.

A PEDro pode ser acessada gratuitamente pelo site www.pedro.org.au/portuguese , onde o fisioterapeuta encontra instruções sobre como fazer buscas, interpretar os escores da escala de qualidade PEDro, assim como links para ferramentas e informações úteis para aqueles interessados em prática baseada em evidência. Ao realizar uma busca na PEDro, o leitor terá acesso ao resumo do artigo, seu escore de qualidade metodológica na escala PEDro e link para encontrar o artigo na íntegra.

No momento a PEDro está em um processo de desmembramento de atividades: a coordenação dos artigos publicados em língua portuguesa e espanhola encontra-se sob a responsabilidade do Centro Brasileiro de Prática Baseada em Evidência em Fisioterapia (sediado na Universidade Cidade de São Paulo), que se propõe a gerenciar a PEDro no Brasil, além de promover pesquisas na área de prática baseada em evidência, ações de melhoria de qualidade em pesquisas em Fisioterapia e estimular fisioterapeutas a utilizar cada vez mais dados científicos de alta qualidade em beneficio de seus pacientes. Espera-se que oportunidades de colaboração entre a PEDro e outras entidades, como a revista Fisioterapia & Pesquisa, melhore ainda mais a qualidade e eficiência de atendimentos de fisioterapia no Brasil.

Leonardo Oliveira Pena Costa

Prof. Dr. do Programa de Mestrado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo

Fonte: Fisioterapia e Pesquisa

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Google desenvolve aplicativo

Ferramenta explora possibilidades de nova tecnologia que permite visualização 3D em navegadores de internet.

O Google, maior site de buscas do mundo, desenvolveu um novo aplicativo que permite explorar o corpo humano em detalhe, o "Google Body Browser".

A ferramenta ainda está em fase de testes e funciona somente em navegadores que possuem webGL, uma tecnologia que permite visualização 3D em páginas da internet sem a necessidade de nenhum aplicativo adicional, como as novas versões do Mozilla Firefox e do Google Chrome.

O Google Body Browser funciona de maneira parecida com o Google Earth, e permite navegar pelos diversos sistemas do corpo humano, ampliar e identificar órgãos, músculos, ossos e tecidos.

O produto foi criado inicialmente para explorar as possibilidades da nova tecnologia, e ainda não se sabe quando será lançado. O webGL deverá ser um recurso padrão em navegadores a partir de 2011.


Fonte: G1

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Cuba lança sua própria enciclopédia colaborativa



Cuba lanzará esta semana su propia enciclopedia colaborativa, EcuRed, que integra hoy unos 19 mil 200 artículos con los propósitos de crear y socializar contenidos académicos.

Los Joven Club de Computación y Electrónica, que cuentan con unos 600 locales en todo el país para la enseñanza de las nuevas tecnologías, realizarán mañana la presentación oficial del portal en la direcciónwww.ecured.cu .

De acuerdo con el anuncio, las personas interesadas en realizar su aporte pueden acceder a la página web de la enciclopedia para crear el artículo sobre el tema que desee, o modificar otros mejorables o considerados huérfanos por la falta de fuentes confiables.

Historia de personalidades y de localidades cubanas, así como sitios geográficos del país caribeño se encuentran entre las categorías con más páginas en EcuRed, que también incluye temas de divulgación científica apoyados en revistas cubanas arbitradas.

La biblioteca virtual de la red se autodefine como solidaria y cubana, que busca su proyección y participación universal con un enfoque descolonizador y sin fines de lucro.

Igualmente pone a disposición de sus colaboradores y moderadores documentos académicos digitales organizados en tres repositorios de acceso abierto: artículos científicos, libros académicos y bibliografías especializadas.

Hasta el momento entre los libros solo se encuentra una selección de las publicaciones de la Editorial Universitaria cubana, pero se espera que la iniciativa logre que otras editoriales comiencen a socializar sus contenidos en formato digital.

La web da opciones para denunciar hechos vandálicos en los artículos publicados y advierte la responsabilidad de los usuarios en la publicación de contenidos nuevos o la modificación de los existentes.

Igualmente da cuenta que los escritos no serán firmados al reconocerse como propiedad de la comunidad, y al mismo tiempo no se hace responsable de las violaciones al derecho de autor cometidos por cualquier participante.

Tampoco se admitirán contenidos considerados discriminatorios, obscenos, irrespetuosos, agresivos, propagandísticos o publicitarios, ni tendenciosos, difamatorios o pornográficos.

Fonte: Prensa Latina

Osservatore Romano: jornal do Vaticano digitaliza suas mais de sete milhões de fotografias



El diario del Vaticano, el Osservatore Romano, ha presentado el proyecto de restauración del Patrimonio histórico cultural del Archivo fotográfico del Osservatore Romano que conserva más de siete millones de negativos que deberán ser restaurados y digitalizados para construir un archivo más moderno.

Concretamente, este archivo conserva las imágenes de la actividad del Pontífice y del Vaticano desde los años 30 del siglo XX hasta la actualidad. Entre las fotografías que recoge se encuentran la instantánea de Juan Pablo II con el terrorista que atentó contra él, Ali Agca, o las pocas imágenes que se han conservado de su antecesor, Juan Pablo I.

La presentación del proyecto de restauración ha sido presidida por el periodista Marco Tossati y el director

Fonte: PortalTIC
Dica da Zaira Zafalon

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Mais visibilidade mundial


Pesquisadores apontam posição de destaque na produção científica brasileira em algumas áreas da medicina, mas destacam que, no geral, país precisa investir e produzir muito mais (Wikimedia)

Por Washington Castilhos, do Rio de Janeiro

Agência FAPESP – O Brasil ocupa a 14ª posição entre os países de maior produtividade científica, segundo os dados mais recentes do ranking SCImago, índice que leva em conta o número de publicações (o país registrou 34.145 em 2008), documentos citáveis (32.829) e citações (38.237).

Na lista, o Brasil figura atrás de países desenvolvidos, como Estados Unidos (1º), Inglaterra (3º), a Alemanha (4º) e Japão (5º) e também de economias em desenvolvimento, como a China (2º lugar) e a Índia (10º). Está uma posição à frente da Rússia (15º), outro dos quatro países que formam os Brics.

“Entre os Brics, a China foi a única que mostrou um crescimento explosivo em termos de produção científica, registrando mais de 230 mil publicações em 2008”, disse Manoel Barral-Netto, professor da Universidade Federal da Bahia, na semana passada durante a conferência “Avanços e Perspectivas da Ciência no Brasil, América Latina e Caribe”, realizada pela Academia Brasileira de Ciências (ABC), no Rio de Janeiro.

A mesa que tratou da área de Ciências Biomédicas reuniu, além de Barral-Neto, Jorge Kalil (professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretor do Laboratorio de Imunologia do Instituto do Coração) e Sergio Costa Oliveira (professor da Universidade Federal de Minas Gerais), que traçaram um panorama da produção científica brasileira atual, especialmente em medicina.

Diferentemente da produção científica total, em algumas áreas de medicina o Brasil se destaca no ranking SCImago. Na categoria Doenças Infecciosas, por exemplo, ocupa o 4º lugar (com 328 documentos), atrás apenas dos Estados Unidos (com 1.583), Reino Unido e França. Em Anatomia, está em 9º e em Cirurgia, em 8º

No campo da Imunologia e Alergia, no entanto, o Brasil está na 13ª posição. Segundo os especialistas da área reunidos na ABC, a razão para esse quadro é a falta de investimentos.

“O Brasil investe pouco e tem ainda um longo caminho em relação a pessoal para fazer ciência, especialmente em áreas como a imunologia”, disse Kalil.

No país, as áreas que contam com um maior número de artigos científicos publicados, de acordo com a Thomson Reuters, são: Medicina Clínica (35.214 artigos), Química (19.929), Física (19.243) e Biologia e Bioquímica (11.173). Os artigos brasileiros são mais representativos em Agronomia e Veterinária (3,07% do total mundial), Física (2,04%), Astronomia e Ciência Espacial (1,89%), Microbiologia (1,89%) e Ciências de Plantas e Animais (1,87%).

Em relação ao número de pesquisadores por habitantes, o índice, apesar de maior que em passado recente, ainda pode ser considerado baixo se comparado a outros países. Segundo o Relatório Unesco sobre Ciência 2010, feito pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, cujos dados foram destacados na conferência da ABC, o Brasil tem cerca de 650 pesquisadores por milhão de habitantes. O Japão, para efeito de comparação, tem mais de 5,5 mil por milhão.

“Apesar de o Brasil ter conseguido aumentar o número de novos doutores formados para 12 mil ao ano, o país ainda enfrenta uma situação de carência. No passado esse número era ainda menor, mas não podemos nos dar por satisfeitos”, disse Barral-Netto à Agência FAPESP.

Segundo ele, o país precisa melhorar a visibilidade internacional de sua ciência. “Em algumas áreas, tais como as biomédicas e as doenças infecciosas, nossa produção está entre as mais altas do mundo, mas o investimento em tecnologia e no número de pesquisadores é muito baixo se comparado ao dos países desenvolvidos. Esse investimento tem que crescer se quisermos alcançar um papel de destaque na ciência e tecnologia mundial”, disse o também pesquisador do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz (Fiocruz).

De acordo com dados apresentados por Barral-Netto, o Brasil enfrenta ainda outro grande desafio no nível da graduação: em 2008, apenas 16% dos jovens entre 18 e 24 anos estavam matriculados no ensino superior. “Tal número precisará triplicar se o Brasil quiser alcançar um nível competitivo internacionalmente”, disse.

Na América Latina, de acordo com os ranking de produção científica mencionados na conferência, o Brasil sozinho produz mais que a soma de todos os outros países latino-americanos juntos. No cenário nacional, a maior parte da produção está no Estado de São Paulo.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Google lança livraria virtual com 3 milhões de títulos


O Google lançou nesta segunda-feira sua aguardada livraria virtual. A Google eBookstore tem no acervo mais de três milhões de títulos digitais, parte dos quais à venda, parte oferecida gratuitamente. “Acreditamos que será a maior loja de livros digitais do mundo”, afirmou Jeannie Hornung, porta-voz do gigante de internet. As obras gratuitas estão abertas a todos, mas a operação paga, por enquanto, é restrita aos Estados Unidos.
Os livros podem ser acessados de quase qualquer aparelho com conexão de internet, desktop ou laptop, e funciona nos leitores de livros eletrônicos Nook, da Barnes & Noble, e Reader, da Sony. O líder Kindle, da rival Amazon, ficou de fora.
Por meio de um aplicativo específico, os títulos da Google eBookstore também podem ser lidos nos aparelhos da linha Apple – iPhone, iPad e iPod touch – e dispositivos com o sistema operacional do Google, o Android, como o smartphone Motorola Milestone ou o tablet Galaxy Tab, da Samsung.
O serviço do Google permite ao leitor conhecer uma série de dados sobre o livro, conhecer sua avaliação e ler os comentários, fazer buscas por palavras, alterar o tamanho da letra e escolher entre cinco fontes e várias opções de formatação. Também guarda o ponto em que a leitura foi interrompida, para que seja retomada tão logo o usuário retorne. A grande maioria dos títulos está em inglês, mas é possível encontrar obras em português de domínio público, como Os Lusíadas, de Luís de Camões.
Usuários do Google podem montar uma biblioteca particular na seção “Meus eBooks” da loja. Três livros gratuitos e em inglês já estão inclusos: Orgulho e Preconceito, de Jane Austen; Frankenstein, de Mary Shelley, e Histórias Maravilhosas, de Hans Christian Andersen. Para acrescentar mais livros gratuitos, basta procurar uma obra de interesse e e clicar em “Obter agora”.
Fonte: Veja

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Marcadores de livros em versão inteligente


Nós que gostamos de ler livros sofremos com um problema antigo, descobrir em qual parágrafo paramos da última vez. Os marcadores de livros nos ajudam a resolver apenas parte do problema, mas a história sempre se repete (literalmente), temos que ler praticamente a página toda, ou pelo menos parte dela, até lembrarmos onde paramos. Mas este problema agora é coisa do passado graças aos Fingerprints.
Trata-se de uma idéia fantástica para resolver este problema de uma vez por todas. Já parou pra pensar quanto tempo de leitura economizaríamos com um destes? Chega de estragar livros fazendo orelhas e o Fingerprint é uma forma inteligente de resolver isso. Além de indicar a página, com ele você saberá exatamente onde parou de ler. Ele é feito de silicone super flexível para envolver o livro como um elástico, dessa forma vc não correrá o risco também de perdê-lo. É só colocar ele no livro levando o dedo na palavra ou parágrafo exato que terminou e na próxima leitura tudo ficará mais fácil. Sua elasticidade permite que ele seja compatível com praticamente qualquer tamanho de livro. Os Fingerprints podem ser comprados nas cores laranja, azul e verde por US$ 9.95 (aprox. R$ 17) cada marcador na loja americana BrightandBold. Genial!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Arquivos compartilhados



Site reúne coleções em formato digital de várias instituições e disponibiliza documentos impressos 

Renato Venâncio 

Nos últimos anos multiplicaram-se os projetos de compartilhamento de arquivos, dando origem a impressionantes bibliotecas digitais. Um desses casos é o HathiTrust, que reúne coleções em formato digital de várias instituições.

No site, há várias formas de busca. Uma dica é utilizar o “Full-text Search”, marcando, logo abaixo de “Find”, a opção “Full view only” - escolhendo essas opções apenas os textos integrais são disponibilizados.

Seriam necessárias dezenas de páginas para explorar a potencialidade deste acervo. Por isso mesmo resolvi selecionar um exemplo. Trata-se da transcrição de documentos no Boletim do Arquivo Municipal de Curitiba, editado entre 1908 e 1932. Quem freqüenta bibliotecas brasileiras conhece a dificuldade em se encontrar publicações antigas de instituições arquivísticas. Por isso mesmo deve ser saudada a iniciativa da HathiTrust, que disponibiliza mais de 50 volumes do referido periódico.

O conteúdo do boletim paranaense é um manancial para estudos de história regional. Em suas páginas são reproduzidos milhares de documentos, registrando o dia-a-dia da câmara municipal curitibana, de 1693, época de sua fundação, até meados do século XIX.

Basta abrir um volume qualquer e consultar o índice para se perceber a importância da publicação. A estrutura funcional da câmara, por exemplo, é retratada em detalhes, sendo possível conhecer as atribuições locais dos cargos, como no caso dos “juízes ordinários”. Os termos de vereança (consolidando as decisões tomadas nas reuniões dos vereadores) também são reproduzidos.

Em vários volumes do boletim, a estrutura comercial de Curitiba colonial é registrada nas “licenças, alvarás e fianças”.No que diz respeito à história política nacional, cabe destacar a percepção local da Independência do Brasil.

Por outro lado, a elevação de Curitiba à capital provincial é sistematicamente capturada pela documentação: somente em 1853, Paraná se torna “independente” de São Paulo.

Conforme mencionamos, esse acervo digital permite o aprofundamento da história regional. Aliás, cabe sublinhar que a história urbana de Curitiba é bastante representativa, pois a maioria das vilas e cidades do Brasil colonial teve população e atividades econômicas do porte do núcleo paranaense. Além desses méritos, o boletim curitibano facilita o uso de documentos em sala de aula, permitindo, inclusive, o download de páginas.

Fonte: Revista de História da Biblioteca Nacional

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Acesso livre à biodiversidade


SciELO lança portal que disponibiliza obras, artigos e documentos históricos sobre a biodiversidade brasileira 


Por Alex Sander Alcântara

Agência FAPESP – O conhecimento produzido no Brasil sobre a sua biodiversidade ganhará mais visibilidade. O motivo é o Portal BHL ScieLO, que disponibiliza com acesso livre milhares de obras, artigos, mapas e documentos históricos sobre a biodiversidade brasileira.

Lançado oficialmente na quarta-feira (1º/12), o serviço é parte do projeto “Digitalização e publicação on-line de uma coleção de obras essenciais em biodiversidade das bibliotecas brasileiras”, conduzido pelo programa SciELO, biblioteca eletrônica virtual de revistas científicas mantida pela FAPESP em convênio com o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme).

O projeto conta com a participação do programa Biota-FAPESP, da Biblioteca Virtual do Centro de Documentação e Informação da FAPESP, do Ministério do Meio Ambiente, do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação de Apoio à Universidade Federal de São Paulo.

De acordo com Abel Packer, coordenador operacional do programa SciELO, a BHL SciELO possibilitará o fortalecimento da pesquisa científica em biodiversidade.

“O Brasil tem uma produção científica de destaque nessa área, mas que hoje assume também uma dimensão política e econômica internacional com todas as discussões sobre mudança climática e preservação de espécies”, disse à Agência FAPESP.

Segundo Packer, o novo portal já reúne volume suficiente de arquivos para atender às demandas de pesquisadores e demais interessados. “Contamos até o momento com cerca de 110 mil registros digitalizados: artigos, mapas e obras de referências históricas da biodiversidade brasileira”, explicou.

O portal integrará a rede global The Biodiversity Heritage Library (BHL), consórcio que reúne os maiores museus de história natural e bibliotecas de botânica no mundo, como a Academy of Natural Sciences e o American Museum of Natural History, nos Estados Unidos, e o Natural History Museum, na Inglaterra.

“A Austrália acabou de entrar e, agora, tanto a BHL Brasil como a BHL China farão parte dessa rede mundial que já conta com cerca de 130 mil obras e mais 32 milhões de páginas digitalizadas”, dise Packer.

No Brasil, a rede será composta por instituições como Biblioteca Nacional, Museu Nacional, Jardim Botânico do Rio Janeiro, Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Butantan, Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria), Bireme, Fundação Zoobotânica, Instituto de Botânica do Estado de São Paulo, Museu Paraense Emílio Goeldi e a USP.

“O objetivo é seguir o mesmo modelo da SciELO com a modalidade de acesso aberto com múltiplos sistemas de busca e indicadores bibliométricos, que tem propiciado maior visibilidade à produção científica dos países em desenvolvimento, principalmente os localizados na América Latina e Caribe. A ideia da BHL SciELO é que se estenda também para a América Latina”, contou Packer. O portal também traz notícias da Agência FAPESP e da revista Pesquisa FAPESP.

Produção brasileira

Ao levantar dados sobre a produção científica brasileira na área de zoologia, Rogério Meneghini, coordenador científico do Programa SciELO, disse ter ficado surpreso com a posição do Brasil na produção de artigos na área.

Com base no cruzamento de informações da Web of Science, base de dados da empresa Thomson Reuters, foram produzidos no mundo, entre 2007 e 2008, 23.903 artigos em zoologia. “O que mais chama a atenção é que o Brasil fica na quarta posição com 1.762 artigos, perdendo apenas para os Estados Unidos (7.649), Japão (2.233) e Inglaterra (1.762)”, disse.

Meneghini está concluindo a pesquisa “Projeto para avaliação do impacto de programas brasileiros de ciência e tecnologia”, que tem o apoio da FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular.

Outro destaque do estudo é que, entre as instituições globais de pesquisa na área de zoologia, a USP é a primeira da lista, seguida das academias de ciência da Rússia e da China e da Universidade de Kyoto, no Japão. “Existem áreas em que a produção brasileira está competindo em pé de igualdade. Um exemplo é a zoologia”, disse, destacando a Revista Brasileira de Zoologia.

Tiago Duque Estrada, gestor executivo do Biota-FAPESP na Universidade Estadual de Campinas, falou da experiência do Programa e novos desafios na nova fase do programa. Segundo ele, uma das frentes é disponibilizar dados sobre as pesquisas.

“A linha de base do Biota foi a publicação de sete volumes temáticos e da revista Biota Neotropica, do Atlas e também do Sistema de Informação Ambiental (SinBiota), que tiveram a função de mapear e divulgar o que já está disponível para a sociedade, governos e demais pesquisadores”, disse.

Em pouco mais de dez anos, o Biota contabilizou cerca de 113 mil registros, sendo 12 mil de espécies. “Um dos desafios agora é entender como a biodiversidade produz elementos e componentes químicos que podem ser patenteados e associados à cadeia produtiva existente na sociedade, mas ainda precisamos reunir mais dados”, disse ao falar do Biota Prospecta.

Participaram também do lançamento do portal Sueli Mara Ferreira, diretora do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP, que falou dos desafios do acesso aberto na universidade, Dora Ann Lange Canhos, do Cria, que contou sobre a experiência da Lista de Espécies da Flora do Brasil, e Tiago Duque Estrada, gestor executivo do Biota-FAPESP na Universidade Estadual de Campinas, que falou das publicações do programa, da revista Biota Neotropica e do Sistema de Informação Ambiental (SinBiota).

BHL SciELO: http://biodiversidade.scielo.br   

A internet é uma bagunça, afirma Pierre Lévy


Lévy explica que o presente marcha rumo a um futuro paralelo (Foto: Davi Lira/Especial para o JC Online)

Davi Lira
Especial para o JC Online

"A biblioteca é uma bagunça. Essa é uma possível descrição para a situação da internet hoje", afirma Pierre Lévy, em sua primeira passagem pelo Recife, durante palestra de abertura do 3º Simpósio Hipertexto e Tecnologias da Educação, realizada na Concha Acústica da Universidade Federal de Pernambuco, nessa quinta (2).

O doutor em Sociologia, Ciências da Informação e Comunicação foi excessivamente didático durante a apresentação, repleta de termos técnicos e cheia de visões de um futuro não menos complexo. "Estamos nos dirigindo a uma autoreflexividade da inteligência humana coletiva", disse, citando a popularização da internet como um caminho para a construção de um novo espaço antropológico, o espaço do saber interconectado. Essa inteligência coletiva, segundo Lévy, não seria aplicada apenas na dimensão do conhecimento, atingiria também, e de maneira expressiva, as esferas política, social e econômica.

Ideia central durante grande parte de sua vasta obra de mais de uma dezena de livros traduzidos para o português, Lévy acredita que o presente marcha rumo a um futuro paralelo. "A mídia digital ainda não foi completamente alcançada", diz. Segundo o professor de Ottawa, depois do desenvolvimento em 1950 da noção de manipulador automático de símbolos - os computadores -, a ideia de conhecimento passou por uma revolução nos passos seguintes.

"Em 1980, a Internet surge em meio ao desenvolvimento de toda a computação e manipulação de símbolos, representada pelos hardwares, e mais especialmente pelos softwares", afirma. Depois, em um terceiro momento, Lévy aponta que surge em 1995, uma nova camada de endereçamento de página com a invenção do "www". "A partir daí, a noção de rede foi aclamada e ficou acima da internet".

O grande momento se vislumbra a partir de então. "Ainda haverá uma outra camada, complementar, trabalhando em paralelo à internet caótica que conhecemos hoje. Um sistema de sequenciamento de conceitos, e não de dados", situa o filósofo. "É na cultura do metadado, onde os conceitos serão localizados a partir da semântica da informação, não da url", explica Lévy.

Segundo ele, ainda falta à humanidade uma mente global. "Nós temos hoje materialmente, um cérebro global, precisamos agora de uma matemática, por exemplo, que seja capaz de descrever as operações da mente", diz, resumindo a noção de Inteligência Coletiva Computacional. "Este é um mundo de perguntas", provoca Lévy. "Sabemos que não sabemos; temos uma inteligência que é capaz de reconhecer a própria ignorância. Isso nos diferencia e muito dos demais animais". De acordo com ele, atualmente, são vários os exemplos de hipertextos opacos que divergem dessa noção de mente global. "O GPS é um exemplo emblemático; não dá significado aos dados que captura".

GERENCIAMENTO - Segundo Pierre Lévy, vai ser através do gerenciamento pessoal da informação, com definição de prioridades, seleção de fontes, organização do fluxo informacional, noção de filtragem, categorização e registro que o processo comunicacional vai se tornar mais eficiente, efetivo e propiciar um ciclo de conversação mais civilizado, dentro do atual contexto de caos informacional.

Quanto ao futuro, Lévy insiste na necessidade de associação entre o tempo sequencial e a memória. "Sem o mundo real material do cosmos, não há mente", diz, destacando o valor simbólico da memória como possibilidade metalinguística de futuro. "A nossa memória, por exemplo, não é organizada em um espaço quadrimensional. Suas ideias e lembranças são ligadas pela semântica, pelos sentidos, de acordo com a importância, mas tudo isso ocorre em outro universo, esse é o ponto", afirma o filósofo, logo após pedir para a plateia respirar fundo e lentamente, para melhor captar a essência dessa previsões tão novas, mas de uma lucidez invejável.


+

Pierre Lévy discute futuro da mídia digital em palestra para educadores

A informação não se importa em ser caótica, defende professor da UFPE

"Conhecimento não fica solto; saber e poder andam juntos", afirma pesquisadora

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Entidade lança site colaborativo para promover cartoons e charges políticos

No próximo dia 15 de dezembro, será lançada uma plataforma digital colaborativa dedicada a cartunistas políticos e ao desenho voltado ao Jornalismo cômico.
Cartoon Movement é uma iniciativa da Video Journalism Movement, uma organização que promove o video-jornalismo e a liberdade de expressão. De acordo com o fundador do projeto, o desenhista Tjeerd Royaards, o futuro das charges e cartoons está na Internet.
"Esperamos promover um ambiente de colaboração, o aumento dos ganhos e de uso justo dos trabalhos dos cartunistas políticos. A plataforma estará atenta à descoberta do novo, de inovações no formato de arrecadação que garanta que o cartoon possa se sustentar na era digital", disse.

A arrecadação citada por Royaards virá do uso comercial dos cartoons e desenhos postados no site. No entanto, qualquer pessoa poderá utilizar o material desde que em iniciativas sem intenções comerciais. As informações são do Journalism.co.uk.

Fonte: Portal da Imprensa

Google facilita êxodo de dados pessoais de usuários


Se você quiser ir embora do Google, pode levar consigo tudo que é seu -mensagens de e-mail, posts em blogs, documentos.

A empresa mantém um site chamado Data Liberation Front (frente de libertação de dados, em tradução livre;http://www.dataliberation.org/) , em que ensina aos usuários como transferir para seu computador documentos do Google Docs e mensagens do Gmail, por exemplo.

"Usuários devem poder controlar os dados que armazenam em qualquer um dos produtos do Google. O objetivo da nossa equipe é tornar fácil transferir dados para dentro e para fora [do Google]", afirma a empresa no Data Liberation Front.

Além disso, o Google oferece aos usuários um panorama de todos os seus dados guardados nos serviços da empresa, o Painel de Controle (Dashboard, www.google.com/dashboard )
Um post no blog oficial do Google (googleblog.blogspot.com) afirma que o objetivo do Painel de Controle é prover aos usuários "maior transparência e controle sobre seus próprios dados".

Depois que você fizer login na sua conta do Google e acessar o Painel de Controle, verá listadas informações como sua quantidade de blogs no Blogger, contatos, mensagens no Gmail, compromissos no Google Agenda, arquivos no Google Docs, vídeos no YouTube, fotos nos álbuns do Picasa e seu histórico de buscas.

Para cada um dos itens, há links a partir dos quais se pode gerenciar esses dados. Um ícone ao lado de cada informação indica se ela é pública (três bonequinhos) ou privada (um bonequinho).

Também é possível ter acesso ao seu Painel de Controle pela página inicial do Google (http://www.google.com.br/ ). Clique em Configurações no canto superior direito da tela e, depois, em Configurações da Conta Google.

Na página que surge, clique em Ver dados armazenados desta conta. Você terá que digitar sua senha novamente. (RAFAEL CAPANEMA)

Fonte: Folha de S. Paulo

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Ministério do Planejamento lança enciclopédia virtual



O Ministério do Planejamento (MP) colocou no ar nesta sexta-feira (26/11) mais uma ferramenta de comunicação com a sociedade: a MP Wiki, uma espécie de enciclopédia virtual. Acesse clicando aqui ou por meio da nossa página na internet: http://www.planejamento.gov.br/.

A nova ferramenta está sendo lançada com quase 300 verbetes e vai permitir a consulta, via internet, dos mais variados termos relacionados às áreas de atuação do MP e suas secretarias, como, por exemplo, orçamento, recursos humanos, gestão e empresas estatais. Qualquer cidadão conectado à internet poderá acessar o canal.

O sistema funciona como uma enciclopédia, onde são inseridos verbetes que podem ser consultados e alterados pelos usuários. A contribuição dos internautas é um dos principais diferenciais do mecanismo, que se desenvolve a partir de construções coletivas. Entretanto, antes de os verbetes serem efetivamente alterados, é preciso que haja permissão de um moderador, responsável pela administração do site.

O que é wiki?

Wiki é uma coleção de muitas páginas interligadas e cada uma delas pode ser visitada e editada pelos usuários, seguindo determinadas medidas de segurança para evitar a publicação de informações incorretas. Uma característica é a facilidade de edição e a possibilidade de criação de textos de forma coletiva e livre, assim como se faz na Wikipédia, o mais conhecido sistema do tipo.

Fonte: Ministério do Planejamento

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

México lança "Biblioteca Digital Mexicana"


México lança "Biblioteca Digital mexicano" incluindo vinte códices importantes


Com uma seleção de tesouros documentais, a partir do pré-hispânicos, Coloniais, Independente e períodos revolucionários, a Biblioteca Digital Mexicana (BDMx) foi lançada no endereço http://www.bdmx.mx/  .

Promovida pelo Conselho Nacional para Cultura e Artes (CONACULTA), o Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH), o Arquivo Geral Nacional (AGN) e pelo Centro de Estudios de História do México (CEHM-Carso), a página web da biblioteca foi apresentada em 24 novembro 2010, com um acervo digital de cerca de 20 documentos históricos protegidos por estas instituições, de 500 a 1949 de nossa era.

As instituições mencionadas colaboraram com a Biblioteca Digital Mexicana com o objetivo de integrar um banco de dados que visa reunir a riqueza documental mexicana, para ser consultado de qualquer parte do mundo.

Andrea Martinez Baracs, presidente do México Biblioteca Digital, referiu que o objetivo da BDMx é "digitalizar e preservar documentos de valor histórico para torná-los disponíveis para pesquisa, ensino e cultura, por esta razão, todas as bibliotecas e arquivos que guardam material mexicano serão convidados a fazer parte da biblioteca."

Manuel Ramos Medina, diretor do CEHM-Carso, comentou que esta coleção digital "é um projeto inovador que nunca havia sido implementado no México, para reunir novas gerações com a história do México".

com informações da Art Daily - Tradução livre

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Criador da Web critica redes sociais e grandes empresas da internet


Tim Berners-Lee teme que modelo que prioriza tráfego de sites pode prejudicar a liberdade de expressão 

Em um artigo publicado na revista Scientific American nesta segunda-feira (24), Tim Berners-Lee, um dos criadores da internet, criticou a posição de empresas como redes sociais e provedores de rede, por ações que estão comprometendo a liberdade da web.
Berners-Lee afirma que esses sites criam silos que isolam os usuários e os impedem de conectar e compartilhar informações com outras páginas que queiram. Exemplo disso, é a plataforma do iTunes da Apple, que usa endereços que começam com "iTunes" e não "HTTP", o que exclui usuários que não usem o programa.

Redes sociais, como o Facebook e Linkedln, usam informações como data de nascimento, gostos, endereço de e-mail e amigos e as transformam em serviços para gerar dinheiro. Berners-Lee também critica a iniciativa de alguns provedores de estrangular a banda de sites que não fazem parcerias e de governos de monitorarem o que usuários fazem na rede.
Tim defende que a rede seja livre e que todo navegador possa acessar qualquer página da web. Além disso, ainda faz um apelo para que os internautas não deixem que esse processo continue para que a liberdade na rede seja mantida. "Se nós, os usuários da rede, permitirmos que essa moda continue, a internet pode ser quebrada em redes fragmentadas. Nós podemos perder nossa liberdade de nos conectarmos a qualquer website que quisermos", alerta.

Fonte: Olhar Digital

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Biblioteca Europeana soma mais de 14 milhões de obras digitalizadas na rede



A biblioteca digital Europeana atingiu nesta quinta-feira a marca de mais de 14 milhões de livros, mapas, fotografias, quadros, vídeos e música de instituições culturais de toda Europa disponíveis no acervo online.
Criada em 2008 pela União Europeia, a Europeana começou com 2 milhões de obras de domínio público com o objetivo de explorar novas formas de divulgar o patrimônio cultural do continente e já superou a meta inicial para 2010 de 10 milhões de itens.

A vice-presidente da Comissão Europeia e responsável pela Agenda Digital, Neelie Kroes, definiu a Europeana como "um grande exemplo de como a cooperação em nível europeu pode enriquecer a vida de todos".

Neelie qualificou a iniciativa como uma boa notícia para todos os usuários da internet, embora declarou que Europeana poderia ser ainda melhor se mais instituições culturais digitalizassem suas coleções e fornecessem o conteúdo para o portal europeu.

Dentre as novas aquisições do ano estão um pergaminho manuscrito búlgaro de 1221, o primeiro livro da Lituânia, publicado em 1547, as obras completas dos autores alemães Goethe e Schiller, e uma série de fotografias do mosteiro de Glendalough na Irlanda, anteriores à Primeira Guerra Mundial.

Fotografias digitalizadas, mapas, pinturas, objetos de museu e outras imagens representam 64% da coleção Europeana, enquanto 34% é dedicado aos textos digitalizados, como os mais de 1,2 milhão de livros completos.

O material de áudio e vídeo compõe menos de 2% do total recolhido pela Europeana.

Para assegurar que o portal represente uma verdadeira amostra representativa do patrimônio cultural europeu, a contribuição de todos os Estados-membros deveria ser equivalente, embora isso não seja uma realidade. Atualmente França, Alemanha e Suécia lideram as colaborações.

Fonte: EFE / Terra

Justiça de SP proíbe livro distribuído a alunos do estado por considerar conteúdo erótico


Depois de o Conselho Nacional de Educação (CNE) recomendar que o livro Caçadas de Pedrinho, de Monteiro Lobato, não seja distribuído às escolas públicas por ser considerado racista, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) proibiu que a obra Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século continue sendo entregue a alunos da rede estadual paulista. De acordo com a decisão, em caráter liminar, a obra contém "elevado conteúdo sexual, com descrições de atos obscenos, erotismo e referência a incesto".

A obra faz parte de um programa da Secretaria de Educação de São Paulo que distribui livros para alunos da rede. O projeto destina-se a estudantes dos últimos anos do ensino Fundamental e Médio. O órgão não confirmou quantos exemplares foram distribuídos, nem a faixa etária dos alunos que os receberam. Também não informou se irá recorrer da decisão.

O livro reúne contos de autores brasileiros publicados a partir de 1900, entre eles Machado de Assis, João do Rio, Lima Barreto, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector. A principal motivação para o tribunal vetar a obra seria o texto Obscenidades para uma Dona de Casa, de Ignácio Loyola Brandão, que conta a história de uma mulher casada que recebe cartas anônimas de um homem.

A decisão do tribunal diz que o texto é "inapropriado para estudantes do segundo ciclo do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, que têm entre 11 e 17 anos, sem desmerecer, em hipótese alguma, a qualidade técnica e literária das obras."

A Secretaria de Educação está proibida de distribuir o livro sob pena de multa de R$ 200 por exemplar que seja entregue aos alunos. Entretanto, os livros que já estão com os estudantes não precisarão ser recolhidos. Segundo o TJ-SP, "o eventual desrespeito à dignidade das crianças e adolescentes já teria se consolidado, portanto, seria ineficaz o recolhimento das obras".

 
Fonte: O Globo

Lei Maria da Penha ganha reforço com portais de internet

Informação, interatividade e conhecimento sobre a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) e as formas de prevenção à violência contra as mulheres para jovens e profissionais de Direito e Justiça. Esses são os conteúdos dos portais de internet “Violência contra as Mulheres – Quebre o Ciclo” (http://www.quebreociclo.com.br/ ), que serão apresentados no dia 23 de novembro, às 10h, na Estação Pinacoteca, em São Paulo.

O ato de lançamento terá as presenças de Maria da Penha Maia Fernandes, cuja história de acesso à justiça inspirou o nome da lei de prevenção à violência no Brasil; Rebecca Tavares, representante do UNIFEM-ONU Mulheres no Brasil e Cone Sul; Luis Felipe Miranda, presidente da Avon Brasil, entre outras autoridades.

A iniciativa do UNIFEM Brasil e Cone Sul (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher – parte da ONU Mulheres), com investimento do Instituto Avon, faz parte das campanhas mundiais “Una-se pelo fim da violência contra as mulheres”, convocada pelo Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, e “Diga NÃO – UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres”, liderada pela embaixadora do UNIFEM-ONU Mulheres, Nicole Kidman.

Ao doar, em 2008, R$ 1,5 milhão para que o UNIFEM desenvolvesse os portais e projetos na área de enfrentamento da violência contra as mulheres, a Avon Brasil se alinhou aos esforços internacionais da empresa na luta contra a violência doméstica. Em 2004, a Avon criou a campanha mundial Speak Out against Domestic Violence – no Brasil “Fale sem Medo – Não à violência doméstica – e, desde então, a Avon Foundation for Women, já destinou mais de US$ 16 milhões ao combate global da violência contra as mulheres.

Mais acesso à justiça 

Com o slogan “Violência contra as Mulheres – Quebre o Ciclo”, os portais estimulam a conscientização da juventude, especialmente estudantes do ensino médio e profissionais de Direito e Justiça, sobre as violações dos direitos humanos das mulheres por meio de violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. A proposta é ampliar o debate e a rede de proteção às mulheres em situação de violência, agregando novos públicos e estratégias para incentivar o acesso das mulheres à justiça.

Ancoradas no site www.quebreociclo.com.br, as duas plataformas digitais serão reforçadas pela interatividade dos usuários das redes sociais Twitter, Facebook e YouTube. O site jovem oferece quiz, enquetes, fóruns, biblioteca, podcastings, animações e vídeos com situações do dia-a-dia, tais como a violência contra as mulheres se apresenta. Jovens e especialistas de gênero contam como a juventude pode atuar para prevenir a violência contra as mulheres.

A plataforma jovem é um ambiente de informação e conhecimento também para professores, oficineiros e facilitadores de grupos. No Guia do Educador, há sugestões de conteúdos e atividades que poderão ser utilizados em sala de aula, oficinas e grupos de reflexão.

Com interatividade semelhante, a plataforma profissionais de Direito e Justiça traz informações e dados para o melhor entendimento da Lei Maria da Penha. A biblioteca virtual torna mais fácil e atualizado o acesso a legislações, jurisprudências, publicações, convenções internacionais e banco de fontes. Nas duas plataformas, os visitantes têm espaço para compartilhar suas histórias e manifestar apoio à prevenção da violência contra as mulheres, assinando a seção “Apoie essa causa”.

Os internautas também podem conhecer a ampla rede de parceiros e sites sobre a violência contra as mulheres e a Lei Maria da Penha, além de ativar o recebimento da newsletter “Violência contra as Mulheres – Quebre o Ciclo”. Denúncias de casos de violência e informações sobre a Lei Maria da Penha devem ser esclarecidas pelo serviço telefônico Central 180 de Atendimento à Mulher, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, disponível 24 horas por dia, inclusive finais de semana e feriados.

Investimento em novos públicos 

Em todo o mundo, 1 em cada 3 mulheres será vítima de violência ao longo de sua vida. Cerca de 40% das latino-americanas são vítimas de violência física. Em alguns países, a violência psicológica chega a 60%. Para Rebecca Tavares, representante do UNIFEM-ONU Mulheres no Brasil e Cone Sul, é estratégico envolver novos públicos e ampliar o engajamento pelo fim da violência contra as mulheres.

“Dizer não à violência contra as mulheres é adotar ações práticas, individuais e coletivas de denúncia e apoio às vítimas de violência. A Lei Maria da Penha é uma das melhores legislações do mundo. Falta mais rigor na sua aplicação pelo sistema de justiça e segurança”, destaca Rebecca Tavares.

A representante também alerta para o crescimento da violência de gênero entre a juventude. De acordo com dados das agências da ONU, a violência é a principal causa de morte ou deficiência de meninas e mulheres entre 15 e 49 anos. “Na América Latina, mulheres entre 30 e 34 anos formam o grupo mais vulnerável à violência física. Esse tipo de violência já é registrado em 27% das adolescentes. O quadro nos coloca novos desafios, como o envolvimento de escolas, universidades e grupos de jovens no enfrentamento à violência contra as mulheres jovens”, completa Tavares.

Fonte: Midiamax

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Arquiteta explica quais são os cuidados que se deve tomar ao montar uma biblioteca em casa



Se você está com planos de criar uma biblioteca em casa, fique atento às dicas da arquiteta Carla Chy. 

Como deve ser a disposição de uma biblioteca?
Tudo depende do objetivo do proprietário. Se a intenção for somente armazenar livros, muitos livros, é preciso aproveitar ao máximo o espaço. Neste caso, o ideal é ocupar cada centímetro das paredes e deixar a circulação no centro (nem sempre é possível, depende de vários fatores, entre eles, o tamanho do ambiente).

Se a intenção é, além de armazenar livros, usar o ambiente para leitura, o importante é criar um clima aconchegante e delimitar as áreas. Se o morador for colocar livros por toda parte, o ambiente pode ficar caótico, dificultando a concentração, além de não ser funcional. Quando se delimita os espaços, além de conseguir uma organização visual e funcional melhor, cria-se um ambiente mais agradável.

Há alguma medida mínima?
Não. No geral, prateleiras com 35 cm de profundidade tendem a comportar todos os tipos de livros (inclusive de artes e fotografia, por exemplo). Prateleiras estreitas, de 20 cm, comportam livros de leitura. O ideal é que, caso você tenha muitos livros grandes, meça-os para ter certeza da profundidade da prateleira.

Há algum material mais indicado para compor o armário que irá abrigar os livros?
O importante é que a estrutura seja resistente e comporte o peso dos livros. Às vezes, as prateleiras são finas e, com o peso dos livros elas acabam envergando. As prateleiras podem ser de madeira (o ideal é que a espessura seja de de 4 centímetros e a largura não seja não maior do que 2 metros. Se for o caso, é melhor reforçar a estrutura com uma mão-francesa de a cada 1 metro) ou em estrutura metálica (a espessura da prateleira pode ser menor).

Há alguma dica para evitar o mofo no local?
O mais importante é que o local seja arejado, tenha uma boa ventilação natural. Mas, mesmo assim, algumas medidas devem ser tomadas: não adianta ter janela se ela não for aberta diariamente por, pelo menos, de 1 a 2 horas, permitindo trocas de ar. Além disso, os livros acumulam muita poeira: é muito importante tirar o pó regularmente com uma espanador e, de tempos em tempos, tirá-los do lugar para limpar as prateleiras e os próprios livros, com um pano com álcool.

Há alguma dica relacionada à arquitetura que pode ajudar na conservação dos livros?
Quanto mais fácil for o acesso aos livros, mais fácil será a limpeza e com certeza mais frequente. Se a estante for muito alta, portanto, é preciso ter uma escada apoiada nela. Outra coisa é escolher um local para a estante que receba ar: melhor em frente à janela que ao lado, por exemplo.

Como deve ser o ambiente que abriga uma biblioteca? Deve haver cantinhos para a leitura?
O ambiente deve ser bem aconchegante e confortável, pois é um espaço de introspecção e concentração. Quanto mais confortável e agradável for, mais tempo você conseguirá ficar no ambiente. O ideal é ter uma poltrona em que você sente menos ereto do que na mesa de refeições, ter braços para apoio e um pufe de apoio para os pés.

Há algum revestimento de piso mais indicado para o local?
Para revestimento de piso, é importante ser um de fácil limpeza e manutenção. Como os livros tendem a acumular poeira e umidade, um carpete, por exemplo, acaba absorvendo e o ambiente pode ficar com aquele cheiro de "guardado". Já um piso de madeira, além de ter ótima manutenção deixa o ambiente aconchegante.

A biblioteca pode ser integrada a outro ambiente? Se sim, qual e o que você acha dessa proposta?
A biblioteca pode ser integrada a vários outros ambientes. Tudo depende da proposta e do uso. O mais comum é ela ser integrada ao escritório ou à sala, mas pode funcionar com outros ambientes. No entanto, devemos ter em mente que a biblioteca está associada à leitura e, portanto, deve ser um local que permita concentração. Ficar integrada a um home theater, por exemplo, não tem problema desde que os ambientes não sejam usados por diferentes pessoas ao mesmo tempo. Outra coisa é que o outro cômodo propicie as condições higiênicas necessárias a uma biblioteca: por exemplo, a cozinha exala gordura, que não é muito propícia de se ter em contato com os livros, pois podem ser danificados.

Fonte: O Globo

Acervos digitais dão visibilidade para mapas de diferentes épocas

Por Bruna Azevedo - Com Ciência

Desde os primórdios, o homem tenta representar de diversas formas tudo que está ao seu redor. Dos desenhos rupestres aos mapas de proporções exageradas ou minimizadas, todos esses registros guardados ou recuperados serviram para as gerações seguintes terem conhecimento de seus antepassados, suas culturas e como era a visão do mundo em outras épocas. Conservados ou recuperados, e protegidos em arquivos de bibliotecas particulares ou públicas, os traçados dos lugares, revelando detalhes da ocupação do espaço ao longo da história. E, com o auxílio das novas tecnologias, esses acervos se tornam cada vez mais disponíveis ao grande público.

Durante a descoberta das terras do Brasil, os mapas eram objetos fundamentais para sua exploração e registro de áreas. Eram mapas territoriais, de vegetação, naúticos, entre outros. Segundo Rosely Sampaio Archela comenta em seu artigo, publicado na Revista Brasileira de Cartografia, “era fundamental para a navegação na época poder calcular suas rotas e dominar a orientação das correntes e ventos predominantes, como também possuir as informações sobre as terras recém-descobertas. Esse domínio foi muito relevante para os vários tratados firmados entre Portugal e Espanha”.

A importância do conhecimento de cartas anteriores, confeccionadas com precisão de informações e dados possibilitava também uma atualização constante do que ainda poderia ser explorado. A engenheira cartográfica Claudia Robbi Sluter explica que a atualização cartográfica só passa a ser realizada no momento em que se tem os primeiros mapas de uma determinada região. “Uma das áreas de pesquisa na cartografia é a história, pois é através dos estudos dos mapas, como documentos históricos, que conseguimos entender a evolução da ocupação do espaço pelo ser humano, e as razões dessa ocupação. Este é um conhecimento que, obviamente, alimenta outras áreas do conhecimento. As técnicas e as pesquisas para a manutenção dos originais cartográficos, que deram origens aos mapas antes desses serem atualizados, como documentos históricos, é de extrema importância na cartografia”.

Além de mantê-los como uma referência para atualizações, os acervos cartográficos têm se tornado também uma atração para o público em geral, para professores e pesquisadores. Este ano entrou no ar o site Mapas Históricos, um projeto idealizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), como resultado de atividades do Laboratório de Estudos de Cartografia Histórica, e que tem o intuito de disponibilizar para a pesquisa mapas históricos digitalizados. De acordo com Íris Kantor, uma das pesquisadoras responsáveis pelo site, o projeto é uma decorrência natural de um processo iniciado há seis anos. “No Laboratório de Estudos de Cartografia Histórica, desde 2004, desenvolvemos diversas atividades acadêmicas, tais como conferências, colóquios, preparação de exposições, incluindo a montagem deste site. Todas essas atividades visam estimular a interpretação mais crítica da documentação cartográfica”.

O site ainda está em fase experimental, porém já oferece três formatos digitais para download, uma bibliografia especializada além de rastrear outros sites que eventualmente veiculem a mesma imagem cartográfica. “A novidade importante é que ele potencializa a pesquisa sobre o contexto de produção, autoria, divulgação e apropriação das imagens. O usuário poderá reconstituir a biografia de cada imagem, redimensionando assim o seu significado e os seus diversos usos, no tempo e no espaço”, ressalta Kantor.

Atlas sive Cosmographicae Meditationes de Fabrica mvndi et fabricati figvra segundo Geraldo Mercator - Autores: Cornelis Claesz, Jodocus Hondius (the Elder), Gerardus Mercator e Petrus Montanus. Acervo: Biblioteca Nacional.


No site, estão disponíveis os mapas impressos que pertenceram à coleção do Banco Santos e, futuramente, segundo Kantor, entrarão também outros acervos pertencentes à USP, que estão em processo de digitalização. Os mapas do Banco Santos não foram doados, eles foram depositados temporariamente na USP pela Justiça Federal, com a determinação de serem adequadamente preservados e com a recomendação expressa de serem publicizados.

O processo de digitalização desses mapas está sendo feito pelo Instituto de Estudos Brasileiros. A digitalização de mapas é uma das técnicas digitais, desenvolvida já na década de 1960, com o intuito de transformar os documentos cartográficos, na época em papel, em arquivos digitais. Robbi Sluter explica que essa tecnologia foi desenvolvida com diferentes motivações, sendo uma delas o armazenamento dos mapas existentes em arquivos digitais. “O acervo digital traz uma série de vantagens ao armazenamento, uso e disseminação dos mapas. Uma das vantagens em relação ao armazenamento é a preservação da qualidade geométrica – acurácia e precisão – das informações cartográficas representadas nos mapas digitais. Quando os mapas tinham que ser impressos e, portanto, o acervo cartográfico era composto de mapas em papel, a preservação destes mapas era extremamente trabalhosa e delicada”. Variações físicas do ambiente como temperatura e umidade poderiam deformar o papel e modificar a rota de uma rodovia representada naquele determinado mapa.

Fundação Biblioteca Nacional (FBN), assim como o site Mapas Históricos, disponibiliza também seus acervos digitais. Com aproximadamente 1 milhão de acessos mensais, a site da biblioteca digital guarda mapas manuscritos de importantes geógrafos como João Teixeira Albernaz, Matthaus Seutter, Guillaume de L'Isle e Jodocus Hondius. Segundo a diretora do Centro de Referência e Difusão da FBN, Mônica Rizzo, a coleção foi e ainda é formada por meio de compras, depósito legal, doação e permuta. “O acervo cartográfico da Biblioteca Nacional, em termos numéricos, são mais de 22.000 mapas, 2.500 atlas, além de inúmeras obras de referência. Dividido em coleções, o acervo abrange, cronologicamente, desde o século XV – com uma preciosa edição de 1486 da Geografia de Ptolomeu – até o século XXI”, explica Rizzo.

Além disso, existem instituições voltadas para estudos cartográficos, como é o caso das comissões da Associação Cartográfica Internacional (ICA), chamada de Digital Technology in Cartographic Heritage. Um dos objetivos dessa comissão é estudar e pesquisar as tecnologias modernas para transformar mapas antigos, globos, e outros documentos cartográficos históricos para a forma digital. É nessa comissão que se desenvolvem estudos e técnicas para desenvolvimento e gerenciamento de bibliotecas cartográficas digitais acessíveis ao público em geral.

Em contrapartida, o acervo online, mesmo facilitando o manuseio e a visibilidade desses mapas, não substitui o acervo material que, segundo Kantor, deve ser utilizado como objeto de estudo complementar. “Na verdade, até mesmo para fazer a catalogação da cópia digital precisamos ver e medir os originais. Há detalhes que só podem ser vistos a partir da cópia original, por exemplo a forma de impressão, tipo de prensa ou forma de gravação, fibras e marcas d’água do papel, forma de coloração etc”. Por outro lado, continua Kantor, o manuseio da cópia digital nos amplia a capacidade de leitura dos topônimos, textos e indicações técnicas.
“El gran rio Marañon o Amazonas con la Mission de la Compañia de Iesus” - 1707 (Samuel Fritz)
Acervo: site Biblioteca Nacional


Independente disso, a digitalização é a técnica que facilita o trabalho dos estudiosos desse campo e pode se tornar cada vez mais comum. “Nos últimos cinco anos pudemos observar a impressionante multiplicação de sites que veiculam mapas históricos na internet. A maior parte deles com interesse meramente comercial. Contudo, é crescente o número de sites que procuram atender aos pesquisadores e professores”, explica Kantor.

Não só para pesquisadores e professores os mapas são interessantes, há um público muito presente que também procura essas relíquias em museus e exposições como a coleção Brasiliana, do Instituto Itaú, que conta com diversos objetos e mapas relacionados aos 500 anos do país.

A coleção é fruto do interesse do banqueiro Olavo Setúbal (1923 - 2008), por livros, obras de arte e documentos raros, o que o levou a juntar um conjunto de certa de cinco mil peças iconográficas que diziam respeito à história do Brasil. Foi assim, que o banqueiro, em apenas dez anos, constituiu um rico acervo de imagens e documentos, sendo muitos deles bastante raros, conforme cita Marcelo Bortoloti em seu blog.

Entre essas obras raras, encontram-se inúmeros mapas da ocupação das cidades brasileiras com um enfoque especial na ocupação holandesa. São mapas de tamanhos diversos e cores que, não apenas contam a história do país, são verdadeiras obras de arte.

Ainda segundo Bortoloti, a coleção Brasiliana abrange o período que vai do século XVI até o século passado e algumas obras são extremamente valiosas, como a primeira panorâmica de São Paulo, pintada num quadro a óleo de 1821, pelo pintor francês Arnaud Julien Pallière, sob a encomenda do príncipe regente Dom Pedro I. A tela mostra a então pequena cidade à beira do Rio Tamanduateí, onde se vê as igrejas da Sé, do Carmo e de Santa Teresa.

Parte da coleção está sendo mostrada em uma exposição itinerante que já passou por São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e, até o final deste ano, o acervo completo será transferido para um espaço criado especialmente no Itaú Cultural onde ficará em exposição aberta ao público permanentemente.

Para Kantor, a disponibilidade desses acervos na internet não desestimulará os passeios aos museus e exposições. “Não substitui a visita aos museus para vê-los ao vivo e a cores, mas, pelo contrário, penso que os mapas digitais estimularão cada vez mais as visitas às exposições, e vice-versa”.

Enciclopédia audiovisual inteiramente online - Qwiki



A evolução da forma de como consumimos informação aparentemente acabou de evoluir, graças ao surgimento do Qwiki. De uma forma completamente inovadora, Qwiki se apresenta como uma enciclopédia virtual com um extenso acervo de verbetes para consulta em formato audiovisual. Ou seja: ao invés de ler um artigo (como você fazia nas antigas enciclopédias), agora você o assiste, com fotos, vídeos e uma narração legendada.

Resumindo: Qwiki é a evolução do Wikipedia. É a transformação definitiva daquela coletânea sobre o conhecimento humano, que começou como um catálogo de papel, e hoje aparece como pequenos documentários multimídias com links que te levam à outras referências cadastradas.

“Acreditamos que não é só porque a informação é armazenada em máquinas que devemos mostrá-las como se fossem listas de dados de máquinas”, dizem os desenvolvedores do site.

Qwiki ainda está em desenvolvimento e, por isso, possui acesso restrito apenas aos participantes que receberam convites da versão de testes alpha. E por este mesmo motivo, o site por enquanto só oferece a opção de consultas em inglês.

Como é de praxe em todas as versões de testes abertas para um público restrito, os desenvolvedores do Qwiki esperam que você os informe sobre eventuais erros ou insatisfações que encontrar ou perceber durante a navegação no site.

Experimente o futuro
“Pense em quando você pergunta ao seu professor sobre o Leonardo Da Vinci, ou ao seu amigo bem-viajado sobre a cidade de Buenos Aires. Essa é a experiência que o Qwiki almeja produzir, disponível quando você quiser, onde quer que você esteja no mundo, e em qualquer dispositivo que você estiver usando”,

Qwiki já nasceu com 2 milhões de artigos para consulta e possui um visual bem diferenciado, apesar de guardar suas semelhanças estruturais com os sites de vídeos online (como as páginas do Vimeo em HD). Talvez por acaso, inclusive, o Qwiki parece ser uma resposta natural ao crescente numero de tutoriais e videos explicativos e didáticos nesses mesmos sites.

Otimizações modernas
Assim como os sites de vídeo, o Qwiki também possui um recurso de sugestão de artigos relacionados com temas que possam vir a interessar o espectador enquanto assiste a apresentação de algum verbete do site. No entanto, como o site ainda está no início, algumas sugestões podem parecer estranhas.

Além disso, enquanto o vídeo sobre um verbete é reproduzido, a legenda poderá apontar algumas palavras-chave para outras apresentações, caso o verbete sobre esta citação já tenha sido cadastrada, como algum local, empresa, serviço, tecnologia,… Assim como você já o faz nos artigos do Wikipedia.

E para que você não tenha que carregar páginas desnecessariamente, enquanto procura algum artigo, o Qwiki possui um recurso capaz de mostrar, no próprio campo de busca, os artigos já cadastrados no seu banco de dados. Tudo isso para que você tenha a melhor experiência de navegabilidade enquanto estiver explorando o ambiente do site.

Fonte: G1
via Olhar Direto